Capítulo 2: A Sombra Lunar e a Estrada para Ébano
O sol já pintava o horizonte com tons de laranja e vermelho quando Kael avistou o lobo. Ferido, enfraquecido, ele gemia baixinho, encolhido sob a sombra de uma velha árvore carvalho. Seu pelo, normalmente prateado como a lua cheia, estava manchado de sangue. Instintivamente, Kael se aproximou, reconhecendo a nobreza naquela criatura sofredora. Era um lobo lunar, uma espécie rara e lendária, conhecida por sua inteligência e lealdade.
Kael, devastado pela perda de sua vila, ao encontra um lobo lunar a compaixão e o desejo de ajudar o lobo lunar ferido o impulsionam a usar seus conhecimentos de ervas para curá-lo. Esse ato de bondade, em meio à sua própria dor, marca o início de uma profunda conexão.
Com cuidado, Kael aproximou-se, oferecendo ao lobo o último de seu remédio de nível 1. O animal hesitou inicialmente, mas a dor era evidente demais. Ele lambeu a poção, e um gemido de alívio escapou de seus lábios. Kael passou a noite ao lado do lobo, curando seus ferimentos superficiais com ervas que conhecia da floresta. A conexão entre eles se estabeleceu silenciosamente, um elo de compreensão mútua que transcendia as palavras. Ele o chamou de Lua.
Ao amanhecer, Lua já estava visivelmente melhor. Seus olhos, anteriormente turvos, brilhavam com uma nova força. Juntos, eles iniciaram a jornada para a cidade de Ébano, o maior assentamento próximo, a única esperança de encontrar informações sobre os ataques e talvez, ajuda.
A viagem foi árdua. A cada passo, a memória da tragédia de Oakhaven voltava com força. Mas a presença de Lua, sua lealdade silenciosa, era um bálsamo para a alma de Kael. O lobo, com seu faro aguçado, guiou-os por caminhos escondidos, evitando as estradas principais, sempre vigilantes.
Ao longo do caminho, eles passaram por outras vilas, ou melhor, pelos que restaram delas. Eram cenas horríveis, repetições da tragédia de Oakhaven. Casas em ruínas, corpos carbonizados, o silêncio pesado da morte pairando no ar. A cada vila devastada, a culpa de Kael aumentava. Ele havia sobrevivido, mas tantos outros não tiveram a mesma sorte. A determinação em seu coração se transformou em uma fúria fria, um desejo implacável de justiça.
Lua, com seus sentidos aguçados, conseguia perceber rastros que Kael não conseguia. Ele encontrava vestígios dos atacantes: pegadas estranhas, marcas de garras, pedaços de pano com um símbolo desconhecido bordado. Kael guardava esses fragmentos, como pistas de um quebra-cabeça macabro que ele estava determinado a resolver.
A visão contínua das vilas massacradas reforçava a gravidade da situação. Não era apenas vingança pessoal que Kael buscava, mas sim a salvação de um povo inteiro. Ele percebeu que a ameaça era muito maior do que imaginava, uma força sombria que se espalhava como uma praga pela região. A jornada para Ébano se tornou mais do que uma busca por informações; era uma marcha rumo a uma guerra que ele sabia que teria que enfrentar. E ao lado dele, estava Lua, um companheiro fiel, pronto para enfrentar qualquer perigo ao seu lado. A estrada para Ébano era longa e perigosa, mas Kael e Lua seguiam em frente, impulsionados pela esperança e pela vingança.
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